Rama dos 4 Caminhos

Genealogia ancestral

Vivemos em um país miscigenado, onde o apagamento histórico dos povos originários e dos escravizados impossibilitou a preservação da memória de muitos antepassados. Negros e indígenas escravizados perdiam seus nomes originários, além de sofrerem um processo de embranquecimento cultural, o que se torna uma barreira no processo de resgate histórico, cultural e religioso desses antepassados.

No processo de pesquisa da minha árvore genealógica, deparei-me com registros em que apenas o primeiro nome era citado, revelando uma cultura escravocrata em que os escravizados não tinham o direito de estabelecer uma linhagem, sendo tratados como produtos, como bens. Em determinados momentos da história, vemos um processo de rebatização, em que os escravizados eram batizados por seus senhores, recebendo então o sobrenome dos seus algozes. Essa prática, chamada de compadrio, foi utilizada como forma de manter o cerceamento de direitos dos escravizados, como se, a partir de então, fossem integrados à família. Tal mecanismo foi uma das ferramentas utilizadas pelos escravocratas em momentos como a criação da Lei do Ventre Livre, assim como em contratos de trabalho vinculados a empréstimos para a compra de alforrias, nos quais os escravocratas impunham anos de trabalho em troca do valor emprestado para a liberdade.

Na Rama dos 4 Caminhos, o resgate da árvore genealógica é uma ferramenta de reconstrução da memória, da história, dos vínculos e dos saberes perdidos no tempo. É a partir dessa reconstrução que nos reconectamos com nossa ancestralidade. Por meio desse processo, muitos antepassados se manifestam, assim como memórias ancestrais adormecidas são despertas. Na minha experiência pessoal, antepassados clamaram por reconhecimento e memória na árvore, assim como muitos auxiliaram com pistas que me possibilitaram avançar nessa jornada de reconexão. Além disso, sonhos iniciáticos tornaram-se recorrentes, ramos revelaram como deveriam ser suas oferendas de culto, o que nos abriu a possibilidade de iniciar um culto a antepassados dentro da nossa tradição.

É importante registrar que todo ancestral é um antepassado, mas nem todo antepassado é um ancestral. O ancestral é aquele que se tornou divinizado, em consequência da sua importância perante a comunidade de antepassados; enquanto muitos antepassados podem ter levado vidas exemplares, mas sem exercer impacto comunitário, outros morreram de forma negativa. Na nossa tradição, um dos ramos abriu a possibilidade de acessar toda uma raiz de antepassados — sejam eles divinizados ou não — e isso é fundamental, pois possibilita resolver negatividades ancestrais que reverberam na vida dos descendentes.

Na Rama dos 4 Caminhos, os ancestrais ecoam suas vozes, e os antepassados curam feridas. Aqui plantamos memória, para que ela floresça em culto.

Aqui, as sementes falam.

Thiago Blauth Ferreira, filho de Ruth Blauth Ferreira e Carlos Fernando Ferreira. Líder em terra na Rama dos 4 Caminhos.

Culto a ancestrais e antepassados em Porto Alegre, Rio Grande do Sul - Rama dos 4 Caminhos
Documento // Batismo
Francisca Lourenço Ferreira

Francisca Lourenço Ferreira foi casada com Luiz Izidoro Ferreira. Filha de Felisberto Lourenço Cordeiro e Antonia Francisca Correâ. Francisca nasceu em 9 de março de 1865 em Taquari, Rio Grande do Sul, falecendo em 1955.

Culto a ancestrais e antepassados em Porto Alegre, Rio Grande do Sul - Rama dos 4 Caminhos
Documento // Óbito
Luiz Izidoro Ferreira
Luiz Izidoro Ferreira foi casado com Francisca Lourenço Ferreira. Filho de Antonio Izidoro Vicente Ferreira e Umbelina Luiza Ferreira. Luiz Izidoro nasceu em 7 de agosto de 1858 em Arroio do Meio, Rio Grande do Sul, falecendo em 26 de dezembro 1918.
Documentto // Óbito
Maria Manoela Rosa Ferreira
Maria Manoela Rosa Ferreira foi casada com João Luiz Osório Ferreira. Filha de Manoel Antonio da Rosa e Maria Christina da Rosa. Maria Manoela falecendo em 14 de junho de 1956, em Arroio do Meio, Rio Grande do Sul. Dados de nascimento não foram encontrados até o presente momento.
Culto a ancestrais e antepassados em Porto Alegre, Rio Grande do Sul - Rama dos 4 Caminhos
Documento // Nascimento
Antonio Arlindo Ferreira
Antonio Arlindo Ferreira foi casado com Maria Luiza Ferreira. Filho de João Luiz Osório Ferreira e Maria Manoela Rosa Ferreira. Antonio Arlindo nasceu em 3 de outubro de 1921 em Estrela, Rio Grande do Sul. Dados de falecimento não foram encontrados até o presente momento.
Culto a ancestrais e antepassado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul - Rama dos 4 Caminhos
Uma ponte entre o visível e invisível

A história ancestral é reescrita a cada memória resgatada.

Atualmente, contamos com mais de 320 documentos mapeados na reconstrução de nossa árvore genealógica. São registros de nascimento, batismo, casamento, óbito, além de documentos de bens e de entradas no Brasil.

Além disso, a pesquisa cultural — que envolve costumes, religiosidade e lembranças dos familiares ainda vivos — compõe todo o processo de mapeamento da árvore genealógica.

Em nosso núcleo de pesquisa e estudo ancestral, você pode ampliar seu conhecimento na jornada de resgate e reconexão com seus ancestrais. O núcleo é totalmente gratuito.

As raízes ancestrais estão profundamente entrelaçadas às memórias da alma. Nutrir a memória é cultuar os ancestrais.