Quimbanda ancestral | Como a genealogia e o culto aos antepassados reconecta as raízes ancestrais
Podemos perceber que a busca por uma Quimbanda Ancestral é um movimento crescente em todo o Brasil.
Muitas pessoas têm como objetivo resgatar uma relação de pertencimento com o mundo por meio da retomada da ancestralidade.
A Quimbanda, com sua estrutura religiosa de culto a Exus e Pombagiras, torna-se o principal canal de reconexão com essa espiritualidade ancestral.
No entanto, quando buscamos informações que nos ajudem a restabelecer essa conexão, muitas vezes esbarramos em um sistema acessível apenas a iniciados ou àqueles que possuem melhores condições financeiras.
Mas será que existem formas acessíveis de iniciar essa jornada rumo à ancestralidade de maneira autêntica, verdadeira e, ao mesmo tempo, acessível?
Sim, existem!
E espero compartilhar aqui uma luz no fim do túnel para todos que possam estar nessa mesma busca.
A reconstrução dos caminhos até as raízes ancestrais
Árvore genealógica e o choque de retorno
Acredito que o primeiro passo para iniciar esse processo de reconexão com a ancestralidade deva partir do núcleo familiar, uma vez que a família é nosso primeiro elo de conexão direta com nossos antepassados, sejam eles divinizados ou não. Até que tenhamos consciência geracional — de um processo de entrelaçamento de vidas, decisões e experiências que definiram as descendências genealógicas e pavimentaram o encontro de nossos pais até que nossa existência pudesse emergir — muitos ancestrais podem manter-se recolhidos na memória inconsciente.
A sabedoria ancestral das matriarcas
Eu, por exemplo, passei a ter acesso aos meus ancestrais no momento em que iniciei um processo de pesquisa genealógica profunda da minha família, além de um estudo aprofundado sobre a história das regiões onde meus antepassados viveram. Mas isso ocorreu principalmente quando determinei que o centro da minha pesquisa seria a reconstrução da história das matriarcas da família. As mulheres foram aquelas que sofreram todos os tipos de apagamentos, começando pela perda do sobrenome da família de origem quando se casavam e tinham que assumir o sobrenome do marido. Com o passar das gerações, os laços com os ramos matriarcais foram se perdendo, especialmente considerando que as mulheres eram obrigadas a acompanhar o marido — o que muitas vezes significava morar em outro estado ou em cidades muito distantes.
Minha avó materna, Antonia Ribeiro, por exemplo, foi afastada de parte da sua família, que em grande parte residia em Lauro Müller, em Santa Catarina. Ela teve que acompanhar meu avô, Omar Blauth, indo residir em Minas do Butiá, no interior do Rio Grande do Sul.
As sombras do passado ancestral
Mas parte do processo é adentrar as sombras do passado, onde habitam memórias apagadas, ocultadas e, por vezes, enterradas. Minha família, por exemplo, sempre acreditou que o ramo dos Blauth fosse isento de qualquer atrocidade no passado, mas descobri fortes relações com o sistema escravocrata. Encontrei registros, trabalhos acadêmicos, indícios de cultura do compadrio e diversos fatos comprovando que o ramo familiar esteve envolvido com a escravidão. Chamei esse momento de choque de retorno (que inclusive se tornou o título do meu livro). Da mesma forma, encontrei ramos da família ligados aos Pereira — um ramo distante da família Ribeiro, por parte da minha mãe — onde identifiquei registros de Brígida Pereira, que comprou a própria alforria e a de seus filhos, além de ter sido casada com um português, algo surreal se levarmos em conta o período sombrio da escravidão no Brasil.
A reconciliação dos laços rompidos
Mas há também momentos muito belos, como a reconciliação do meu pai com o ramo patriarcal dele, o ramo dos Ferreira. Meu pai, assim como meus tios, cresceu com muita mágoa do meu avô, Antonio Arlindo Ferreira, pois ele abandonou minha avó com os filhos, o que gerou profunda revolta por parte do meu pai e dos meus tios. Esse sentimento afastou-os de grande parte da família Ferreira. Porém, no processo de busca por um familiar da árvore que pudesse me iniciar na Quimbanda, acabei encontrando Antonio Gilberto Ferreira, então com 75 anos, que mora exatamente na região onde a maioria dos antepassados Ferreira viveu e ainda vive. Gilberto foi meu iniciador e meu feitor na Quimbanda Tradicional Gaúcha, o que me levou a Arroio do Meio, terra dos meus ancestrais. Isso possibilitou que meu pai reencontrasse seu primo, após cerca de 60 anos sem se verem — meu pai sequer tinha lembrança dele, pois era muito criança na última vez em que estiveram juntos.
Então, os choques de retorno são catárticos, pois promovem reconciliação com os antepassados e uma poderosa ressignificação da memória. E é esse poder de ressignificação da memória ancestral que restaura o vínculo emocional com a ancestralidade, pois, nesse momento, os aceitamos, queremos tê-los por perto, pois agora os vínculos estão restaurados.
Por isso, afirmo que sem memória não há ancestralidade.
Ancestrais em terra, pés descalços, vida sofrida
A colonização dos ancestrais, uma crítica epistêmica
Pode não parecer, mas o processo de colonização foi tão profundo nas tradições de Quimbanda e Umbanda que muitas representações de espíritos ancestrais passaram a se distanciar significativamente da autenticidade de suas identidades originais. Observa-se um epistemicídio — isto é, a redução, apagamento ou substituição de saberes tradicionais — atuando de forma contínua nessas tradições. Isso se evidencia, por exemplo, em correntes contemporâneas que buscam relacionar espíritos ancestrais a modelos de evolução espiritual do kardecismo ou mesmo a estruturas de divindades europeias.
Não se trata de negar que determinados ancestrais, em vida, possam ter dominado conhecimentos de outras matrizes culturais e hoje os incorporem como ferramentas espirituais. O problema emerge quando tais saberes, originalmente particulares a uma linhagem ou entidade específica, passam a ser generalizados como normas, critérios iniciáticos ou padrões universais de culto — especialmente em tradições que afirmam honrar ancestrais de território e contexto brasileiro. Um exemplo recorrente é a afirmação: “Maria Padilha tem origem na Espanha.” Embora seja verdade que o culto tenha raízes ibéricas, seu caminho até o Brasil se deu, majoritariamente, através das camadas populares. Não foi apenas a elite portuguesa e espanhola que chegou ao território; junto vieram trabalhadores, serviçais, cortesãs, artesãos e uma diversidade social que, nas relações de troca e miscigenação, preservou práticas e crenças. Muitos desses espíritos, após a morte, mantiveram seus saberes, o que se manifesta nas linhas de trabalho dentro da Umbanda e da Quimbanda.
Reduzir todas as Marias Padilhas a figuras de cortesãs brancas da nobreza europeia — de corpos idealizados e traços fenotípicos eurocentrados — é um equívoco que reforça o apagamento cultural. Minha própria ancestral tutelar, Senhora Maria Mulambo, por exemplo, apresenta-se como uma anciã de traços afro-diaspóricos, e já se revelou, em sonho, assentada em uma escultura de madeira, negra e gorda — semelhante a muitas mulheres reais, mães, cujos corpos foram transformados pela maternidade. Esse padrão de corpo, porém, é frequentemente invisibilizado, pois não corresponde à imagem colonizada do feminino espiritualizado. Trata-se de um processo de violência simbólica e apagamento da identidade ancestral.
O mesmo ocorre com Exus, muitas vezes representados como figuras aristocráticas ou senhoriais, distantes da realidade histórica das populações negras escravizadas e marginalizadas às quais muitos deles pertencem. Esses ancestrais viveram sob violência, restrição alimentar, vestimentas simples e trabalho exaustivo. Não se defende aqui a romantização da pobreza, mas sim a necessidade de coerência histórica e cultural na representação desses espíritos. As identidades ancestrais carregam força simbólica própria — resiliência, fé, resistência, sabedoria comunitária — que dialoga profundamente com sujeitos que buscam cura, fortalecimento e ancestralidade. Contudo, observa-se um fenômeno: entidades apresentadas segundo padrões elitizados, exigindo oferendas de alto custo e práticas que favorecem exclusivamente classes médias e altas. Esse movimento produz uma estética espiritual colonizada que tende a se disseminar como “referência oficial”, gerando exclusão e afastamento dos cultos mais simples e alinhados com a ancestralidade brasileira.
Na Rama dos 4 Caminhos buscamos uma prática mais coerente com a ancestralidade brasileira e com uma espiritualidade integrada à natureza — não sob a ótica superficial do “consumo místico”, mas por meio de uma relação simbólica, sensível e experiencial com os elementos naturais. Esse processo envolve desromantizar a natureza, reconhecendo-a não apenas como cenário de inspiração, mas como força viva, dinâmica e ensinante. Vida, morte, adaptação e renascimento coexistem na natureza, e é nessa lógica que encontramos sabedoria ancestral, integridade e reconexão.
Faca e sangue, a morte do ego
Moradas de poder, reinos que são erguidos
Já discutimos aqui o epistemicídio das tradições ancestrais e o quanto esse processo continua corroendo suas bases até os dias atuais. Entre os pontos de maior tensão e resistência a esse epistemicídio está o ofício sacrificial: a emolação de animais, o uso do sangue como elemento ritualístico e a faca enquanto ferramenta de poder do quimbandeiro. A insistência de correntes espiritualistas kardecistas em associar o uso do sangue a práticas “atrasadas” ou “densas”, vinculadas a espíritos considerados “inferiores”, produz a falsa ideia de que rituais sacrificiais seriam expressão das “sombras” ou de forças negativas trevosas. Tal visão contribui significativamente para o apagamento e a estigmatização das tradições de Quimbanda e Umbanda.
A perspectiva kardecista hegemônica, historicamente, opera sob um viés racista e participa de um antigo projeto de embranquecimento e higienização simbólica das tradições afro-indígenas no Brasil. Enquanto nos matadouros o sangue é descartado como resíduo e apenas a carne é valorizada para consumo, na Quimbanda o sangue é axé — energia vital, princípio de movimento e força que vivifica assentamentos e caminhos espirituais. A carne do animal, no contexto ritual, torna-se sagrada e respeitada, seja destinada ao consumo posterior ou não.
Vivemos, nesse debate, em um campo de evidente hipocrisia social: a indústria cosmética, um império global sustentado sobre o sofrimento de milhões de animais em laboratórios, é amplamente naturalizada e aceita, pois atende a interesses de consumo e vaidade. Assim, quando um adepto do espiritismo kardecista condena o sacrifício ritual como “barbárie”, ao mesmo tempo em que utiliza cremes, perfumes e produtos testados em animais, revela-se uma contradição ética significativa — para não dizer um gesto de violência simbólica e moralmente incoerente.
Por isso, compreendo que assumir o sacro ofício do uso da faca e do sangue dentro da Quimbanda é, antes de tudo, um exercício de enfrentamento do próprio ego. Não se trata de negar a importância do ego — a psicologia nos ensina que ele é um organizador psíquico fundamental —, mas de reconhecer a necessidade de transmutar o ego inflado, aquele que nos cega diante da realidade e nos fixa em perspectivas rígidas e colonizadas. É através da “morte simbólica” desse ego que abrimos espaço para que os ancestrais cultuados possam, de fato, edificar seus reinos em nossas vidas.
As “terras do inconsciente”, vastas e profundas, são o território onde sentimentos densos podem ser arados sob a luz da consciência e transmutados pela fé ancestral — produzindo cura, reconstrução e lucidez espiritual.
Pelo levante dos meus
Territorialidade ancestral
Uma tradição fundamentada na relação com espíritos ancestrais que enfrentaram vidas marcadas por dor, resistência e marginalização — mas acessível apenas a pessoas com privilégios financeiros e estruturais? Essa realidade cria uma cisão entre uma comunidade macumbeira inclusiva e uma comunidade elitizada, produzindo um distanciamento que compromete o vínculo entre ancestralidade, território e pertencimento espiritual.
Outro recorte necessário e sensível: ao observar terreiros de Umbanda situados em regiões de classe média, é comum perceber que a maioria — por vezes, quase a totalidade — dos frequentadores é branca. Já em comunidades periféricas, identifica-se maior diversidade étnico-racial e miscigenação. Esse contraste estabelece barreiras concretas: desde abordagens policiais direcionadas a pessoas negras transitando à noite em bairros mais elitizados, até o custo de deslocamento, que se torna um impeditivo real para quem vive em vulnerabilidade socioeconômica.
Alguém poderia argumentar: “Mas a macumba deve ser acessível a todos.” E eu concordo plenamente. No entanto, a reflexão necessária é: dentro dessa estrutura social, quem de fato tem condições de acessar os espaços religiosos que deveriam ser inclusivos? E quem, apesar de necessitar profundamente desse território sagrado, encontra obstáculos para chegar até ele? Há uma contradição evidente quando se cria um espaço de culto ancestral em zonas que dificultam o acesso justamente àqueles cujos antepassados foram historicamente marginalizados — muitos deles escravizados, para quem a fé era ato de resistência e sobrevivência.
Defendo, pessoalmente, uma territorialidade liminar — um espaço que se situe “entre mundos”, entre perspectivas e entre fronteiras simbólicas — mas que seja fisicamente acessível e prioritário para os mais vulneráveis. Um território onde pessoas de classes médias possam participar, sim, mas onde o acesso, o acolhimento e a estrutura sejam pensados primeiramente para aqueles que mais precisam: os socialmente excluídos, que carregam no corpo e na ancestralidade a continuidade da luta por dignidade espiritual.
A morte ancestral simbólica
O esgotamento simbólico da relação com a natureza
Apresento aqui uma crítica ao crescente distanciamento entre muitos iniciados e uma vivência ancestral concreta. Quando me refiro à natureza, falo tanto da natureza ambiental — como as florestas, os rios e os ciclos da terra — quanto da natureza das experiências e relações que os ancestrais estabeleceram com o mundo em vida.
Um exemplo simples, porém emblemático: consideremos um ancestral cuja trajetória esteve ligada ao trabalho árduo em um canavial, lidando não apenas com o plantio e a colheita da cana, mas também com a produção artesanal de cachaça. Ainda assim, observa-se que determinados iniciados, mesmo tendo esse ancestral como referência tutelar, jamais pisaram descalços em uma plantação de cana, nunca sentiram o cheiro do caldo recém-moído ou experimentaram uma cachaça de alambique produzida de forma tradicional. É nesse hiato — entre o discurso espiritual e a vivência sensorial e simbólica — que identifico um processo de esvaziamento, que chamo de morte ancestral simbólica.
É imprescindível promover um retorno às relações sensíveis e concretas com a natureza, pois é por meio desse reencontro que restauramos o vínculo com nossos ancestrais. Esse movimento não apenas reativa memórias e fortalece o elo espiritual, como também amplia o campo de atuação dos ancestrais tutelares em nossas vidas. Quando essa relação é restaurada, surge uma conexão emocional genuína; e é nesse encontro que rito e símbolo despertam seu poder — pois um símbolo apenas se torna verdadeiramente sagrado quando é capaz de gerar emoção, significado e transformação interna. Muitos diriam que isso é fundamento — e, de fato, é.
Despertar a força ancestral em nós é um processo de entrelaçar nossa sensibilidade emocional à natureza simbólica desses ancestrais.
Você sabe quem sou eu, eu giro ao meio dia, eu giro a meia noite, eu giro a qualquer hora
A quimbanda como território de plenitude ancestral
A Quimbanda é um território de plenitude do ser, onde a consciência se expande simultaneamente para dentro e para fora, desbravando as sombras do inconsciente e irradiando transformação ao redor. A Quimbanda é catártica. Ela é o gesto de pisar descalço sobre a terra que nos sustenta, criando raízes na memória — não apenas na memória linear das experiências vividas, mas também na memória viva que corre em nosso sangue e molda a forma como aprendemos a nos relacionar com o mundo. É a memória ancestral do instinto de sobrevivência no meio natural, tecida pelos laços entre antepassados — positivos ou negativos — que nos constituem. No território da Quimbanda ancestral, essa memória emerge com visceralidade, potência e expansão.
Sabemos que, por trás das múltiplas personas sociais que assumimos, existe um vasto oceano de sentimentos e emoções que, muitas vezes, permanece sobrecarregado pela rotina e silenciado pelas exigências da vida. Esses conteúdos atuam com força a partir do subconsciente e do inconsciente — e encontram na Quimbanda um espaço de expressão catártica, capaz de reintegrar emoções e afetos que permaneceram reprimidos.
Por isso, a música e a dança constituem pilares fundamentais na Quimbanda: além de chamar os ancestrais à terra, elas alteram nossa percepção da realidade, permitindo que o ser se manifeste de forma integral, autêntica, nua e crua. Exu gira ao meio-dia, gira à meia-noite, gira a qualquer hora — porque, para Exu, o tempo não é barreira; é subversão. Há um ensinamento que diz: “Exu matou um pássaro ontem com a pedra que atirou hoje.” Esse fundamento nos convida à ressignificação do tempo, da ação e do destino. Deixo aos irmãos essa reflexão.
A Quimbanda na Rama dos 4 Caminhos
Resgate e ressignificação ancestral, uma sombra que acolhe
Na Rama dos 4 Caminhos cultivamos um resgate visceral da relação com a natureza e com os ancestrais. Aqui, não colocamos em dúvida as múltiplas formas de manifestação ancestral; ao contrário, reconhecemos que elas se revelam tanto pela escuta sensível da natureza quanto pelos canais oraculares. Essa escuta se expressa nos sonhos, nos jogos divinatórios, no som do vento, no murmúrio das águas, no farfalhar das folhas e no retumbar da terra. Também se manifesta nos aspectos mais selvagens da natureza — aqueles que não devem ser romantizados. Observamos que o equilíbrio natural é fruto da interação constante entre instinto de sobrevivência e harmonia com o meio; quando esse equilíbrio se rompe, surge a agressão à própria natureza. Na Rama, compreendemos que há uma urgência em ressignificar nossa relação com os ancestrais, reconhecendo-os em sua inteireza.
É contraditório atribuir a determinados ancestrais pontos de força enraizados em territórios naturais — onde a ferocidade da vida exige atenção plena dos sentidos — e, ao mesmo tempo, revesti-los com uma estética suavizada, quase “benevolente” em moldes cristianizados, que esvazia sua potência original.
A Rama dos 4 Caminhos é terra e raiz; é pé no chão e mão na faca; é pé nas águas e mão nas folhas. É a compreensão profunda dos ciclos de vida e morte — e a coragem de habitá-los com integridade.
Aqui, as sementes falam.
Que os ventos tragam as sementes do amanhã para todos.
Thiago Blauth Ferreira, filho de Ruth Blauth Ferreira e Carlos Fernando Ferreira. Líder em terra na Rama dos 4 Caminhos.
Participe, é totalmente gratuito
Núcleo de estudo e pesquisa ancestral
O Núcleo de Estudo e Pesquisa Ancestral é um espaço dedicado à escuta profunda, ao estudo crítico e à vivência espiritual das tradições de matriz afro-indígena por meio do reconhecimento e da valorização dos saberes ancestrais. Nosso ponto de partida é a consciência de que somos frutos de muitas camadas de tempo, história, memória e espiritualidade. Estudar o passado não é um exercício apenas intelectual, mas um mergulho vital nas forças que nos sustentam no presente.
Nosso núcleo se dedica a explorar, por meio de leituras, práticas e partilhas coletivas, temas como genealogia ancestral, culto aos antepassados e ancestrais, mitologias de matriz africana e indígena, cosmogonias e cosmologias tradicionais, bem como teologias vivas e psicologias da religião a partir do olhar das próprias tradições. Valorizamos especialmente o saber que nasce da oralidade, da experiência, da ritualística e da memória encarnada nos corpos, casas, terreiros e territórios.
